Não havia nome, só dor. Não havia força, só tristeza. Não havia consciência, só escuridão. A rodar pelo espaço, o pedaço de pedra vagava, entorpecido pela dor e o fracasso. Seu ciclo tinha terminado e nada mais fazia sentido.
Por milhares de anos ele vagou, até que em um determinado ponto alguma coisa começou a queimar em seu interior. A tristeza e a dor tinham desaparecido e a raiva e a força aumentavam. Não queria ficar assim para sempre. Tinha que emergir de novo, das cinzas para o fogo, como Lúthien fizera, como Aton fizera, como Eillen fizera. Essa era sua hora, mas tudo era complexo.
O fogo trouxe a consciência e com ela a escuridão pouco a pouco passou de um borrão preto para pontos cintilantes. Pontos isolados, mas que pouco a pouco mandavam seus raios de ligação fraternal a mostrar que todos eram um só.
A raiva passou e uma outra coisa passou a arder dentro de si. Com isso ela tomou ciência de seu estado e num lampejo de desejo ela começou a girar, a girar e a girar, acompanhando o movimentos dos outros pontos fraternais. As coisas começaram a se suceder rapidamente e seu ser acabou se reconhecendo: era ela, Aini, A Estrela da Manhã, musa inspiradora que agora renascia como uma fênix.
Seu auto-reconhecimento por fim libertou toda a sua força e ela se transformou em uma imensa bola de fogo. Mas como ser celeste ela tinha que achar o seu eixo de rotação e daí criar as pequenas criaturas celestes que girariam ao seu redor e onde novos seres iriam viver, evoluir, amar...
Com uma graciosidade exuberante ela dançou no céu e aos poucos foi constituindo seu séquito planetar e com seu calor forneceu a energia para vida evoluir e com sua rotação pode atingir a todos com sua luz de amor. Aos seres que iam evoluindo foi dado o livre arbítrio, lei universal, de como eles usariam sua energia. Mas como inspiração ela abriu seu coração e lançou um chamado no Universo: Onde está tu Lux, luz da minha vida e eterno amor? E do outro lado da Galáxia se revelou Lux, rotacionando simetricamente com Aini formando mais um anel de amor e embora distantes, mais juntos do que nunca, já que juntos ambos se consumiriam mutuamente.
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